Graça do Aché: conheça a história da mulher líder de movimento negro em Uberlândia

  • 20/11/2023
(Foto: Reprodução)
O bloco hoje permanece na cidade na forma do Centro de Memória da Cultura Negra Graça do Aché, que continua a criar iniciativas para estimular a cultura e os jovens negros da cidade. Maria da Graça ao centro em esta para as crianças que se completaram o Curso básico de Informática do Bloco Aché Arquivo pessoal Maria da Graça Oliveira nasceu em 1942 e foi festejar o seu amado carnaval no céu em 1999. Talvez, para quem seja preso em números, pode parecer que Maria tenha tido uma breve vida. Para quem mergulha nas histórias, ela foi uma das figuras mais importantes de Uberlândia e responsável pelo que é hoje a continuação do “Bloco do Aché”, o Graça do Aché. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Uma manhã de carnaval começa com alguém tirando do guarda-roupas a mesma fantasia de plumas, tecido não tecido (tnt) e muita organza que irá usar pelo quinto ano consecutivo. No entanto, para Maria da Graça, conhecida por ser uma mulher em movimento, o período carnavalesco se mostrava como o melhor momento para lutar pelos jovens negros da cidade. Glaucy Oliveira, filha da Graça do Aché, conta que sua mãe era uma mulher que mexia enormes tachos de comida e tinha gosto refinado. Preta e empregada doméstica, ela não aceitava nada menos que o melhor. E é com essa busca pelo melhor que o Bloco do Aché surgiu para estimular a comunidade negra de Uberlândia em 1988 – ano em que a abolição da escravidão completava 100 anos. O Bloco do Aché, famoso pelas atividades recreativas, de conscientização e propagação da cultura preta na cidade, ecoava em meio às ruas e vielas, fazendo todo mundo parar para vê-lo desfilar. Com o tempo, o nome, sempre com Maria da Graça a frente, se tornou uma Organização Não-Governamental (ONG). 📲Receba no WhatsApp notícias do Triângulo e região “Quero mostrar a todos o poder do povo negro. Acredito na transformação dessa nossa juventude e quero que ela seja protagonista de sua estória. Existe a nossa frente um caminho a ser percorrido em direção ao futuro, e isto significa fazê-lo com consciência individual e coletiva nas trilhas de nossas raízes”, disse Maria da Graça Oliveira para a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). E ela conseguiu. Maria da Graça se tornou uma referência muito maior que qualquer chuva de confetes ou purpurina que pudesse desabar em datas carnavalescas. Desde aulas de informática, festas de formatura, palestras de conscientização sobre a cultura negra e saúde. Tudo o que a comunidade precisava era a mulher em movimento que se propunha a organizar. Por outro lado, se engana quem pensa que Graça era toda sorrisos. De gênio forte, ela fazia questão de deixar bem claro o que pensava das pessoas, não fazia floreios e se mantinha honesta às suas convicções. O tempo, porém, foi escasso para ela. Em 1999, enquanto via o anúncio da morte da esposa de Roberto Carlos, Maria Rita, Maria da Graça chorava em frente a televisão. Glaucy lembra que de início não entendia a reação da mãe, mas se surpreendeu quando ela disse: “A próxima sou eu”. A surpresa vinha por duas razões: a primeira era que Graça tinha apenas 50 anos, enquanto a segunda era porque ela era uma mulher cheia de vida e desejos para serem realizados. Como um anjo que prevê que algo está por vir, meses depois Graça do Aché faleceu após uma cirurgia para a retirada de um mioma. Glaucy lembra que a mãe saía do banho quando quando disse as últimas palavras: “Olha, Glaucy, eu estou vendo a minha mãe”. Para o ano seguinte, o carnaval já havia sido pensado por Graça do Aché. Ela queria que o branco fosse a cor predominante e como forma de homenagear sua história, Maria da Graça foi a figura que deu nome ao primeiro desfile dos anos 2000, “Graça do Aché, uma história de coragem”. Mas como memórias não morrem, o nome da mulher em movimento ainda corre por Uberlândia com o Centro de Memória da Cultura Negra Graça do Aché, que continua criando iniciativas para estimular a cultura e os jovens negros da cidade. A sede que fica na Avenida Cesário Crosara, 4.187, no Bairro Presidente Roosevelt, tem como coordenadora a professora do curso de história da UFU, Ivete Almeida, e busca levar a força de Maria da Graça àqueles que chegam ao Centro. “Maria da Graça foi uma mulher que conseguiu unir diversas culturas e comunidades. Neste ano em que o Centro de Memória da Cultura Negra Graça do Aché completa 21 anos, desejamos que a comunidade seja mais participativa em nossa história”, encerra Almeida. *Estagiário sob supervisão de Guilherme Gonçalves. 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FONTE: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2023/11/20/graca-do-ache-conheca-a-historia-da-mulher-lider-de-movimento-negro-em-uberlandia.ghtml


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